BIBLIOLOGIA – A INTRODUÇÃO
Que é a Bíblia? É a revelação de Deus à humanidade. Seu autor é Deus mesmo. Seu real intérprete é o Espírito Santo. Seu assunto central é o Senhor Jesus Cristo. Esta atitude para com a Bíblia é de capital importância para o êxito do seu estudo. Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa atitude para com Deus. Sendo a Bíblia a revelação de Deus, ela expressa a vontade de Deus. Ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade. Certo autor anônimo corretamente declarou: “A Bíblia é Deus falando ao homem; é Deus falando através do homem; é Deus falando como homem; é Deus falando a favor do homem; mas é sempre Deus falando”.
POR QUE DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA:
- a) Porque ela ilumina o caminho para Deus (Sl 119.105, 130).
- b) Porque ela é o alimento espiritual para o crescimento de todos (Jr. 15. 16; 1 Pe 2.1, 2).
- c) Porque ela é o instrumento que o Espírito Santo usa para operação (Ef 6.17).
COMO DEVEMOS ETUDAR A BÍBLIA:
- a) Leia a Bíblia conhecendo o seu autor: Deus (Jr 1.12; Is 34.16; 1 Rs 8.56; Jo 17.17).
- b) Ninguém pode melhor explicar um livro do que o seu autor.
- c) Leia a Bíblia diariamente (Dt 17.19), fazendo assim alimentar-te-ás diretamente na mesa divina. O crente que não lê a Bíblia só recebe este alimento quando alguém o põe na sua boca. Considera perdido o dia em que não leres a tua Bíblia.
- d) Leia a Bíblia com oração (Ef 1.16, 17; Sl 119.18). Na presença do Senhor, em oração, as coisas ocultas são reveladas. Quando lemos a Bíblia, Deus fala conosco; quando oramos, falamos com Deus. A Bíblia e a oração completam-se.
- e) Leia a Bíblia aplicando-a a si próprio “Que diz meu Senhor ao seu servo?” (Js 5.14b), não devemos “importar” mensagens para a Bíblia e sim “exportar” dela. Cheguemos à Bíblia de mente limpa e coração aberto e receptivo à sua divina mensagem e seremos abençoados.
- f) Leia a Bíblia toda. Na Bíblia nada é dito de uma vez, nem de uma vez por todas. Não espere compreender a Bíblia toda (Dt 29.29). Não existe entre os homens ninguém “formado” na Bíblia. Como o irmão pensa entender um livro que nem sequer o leu todo ainda?
COMO PODEMOS ENTENDER A BÍBLIA:
- a) Crendo no ela ensina. A dúvida é um empecilho à compreensão das Escrituras Sagradas (Lc 24.21,25).
- b) Lendo por amor e prazer e com fome de aprender as coisas de Deus (Pv 2.3,5; 1 Pe 2.21; Mc 12.37; Hb 10.16), no coração (Dt 6.6).
- c) Crescendo sempre espiritualmente. Deus não pode revelar uma coisa para a qual você não tem estatura espiritual (Hb 5.13,14; Mc 4.33). Crianças só podem comer coisas leves. Procure aprofundar-se nas Escrituras. A planta da parábola definhou e morreu porque o terreno era raso (Mt 13.5,6). Sim, a Palavra de Deus deve ser estudada, ao mesmo tempo em que o Deus da Palavra deve ser amado e adorado.
- d) Sendo cheio do Espírito Santo. Ele conhece as coisas profundas de Deus (1 Co 2.10).
- e) Sendo humilde (Tg 1.21). Deus revela as coisas aos humildes (Mt 11.25), isto é, aos submissos a Ele e obedientes a sua Palavra (1 Pe 5.5).
- f) Disposição de agradar a Deus, estando disposto a obedecer a verdade revelada (Pv 2.1,2,5; Jo 7.17).
- g) Participando de reuniões de estudos bíblicos. Deus tem vasos escolhidos não só para pregar, mas também para ensinar (1 Co 12.28); devemos gostar de Apolo, o pregador, mas também de Paulo, o mestre (1 Co 3.4).
OBSERVAÇÕES ÚTEIS E PRÁTICAS NO MANUSEIO E ESTUDO DA BÍBLIA:
- a) Apontamentos individuais. Habitue-se a tomar nota de suas meditações na Palavra de Deus. A memória falha com o tempo. Distribua os seus apontamentos por assuntos previamente escolhidos e destacados uns dos outros. Use um livro de folhas soltas (livro de argola) com projeção e índice.
- b) Aprender a ler e escrever referências bíblicas. O sistema mais simples é o da Sociedade Bíblica do Brasil: duas letras sem ponto abreviativo, para cada livro da Bíblia. Entre o capítulo e o versículo põe-se apenas um ponto. Exemplos: 1 Jo 2.4; Jó 2.4; Fp 1.19, etc.
DIFERENÇA ENTRE TEXTO, CONTEXTO, REFERÊNCIA, INFERÊNCIA:
- a) Texto: São as palavras contidas numa passagem.
- b) Contexto: É a parte que fica antes ou depois do texto que estamos lendo. O contexto pode ser imediato ou remoto. Pode ser um versículo, um capítulo ou um livro inteiro, como é o caso de Provérbios.
- c) Referência: É a conexão direta sobre determinado assunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a referência pode levar a outras indicações; dependendo da clareza que se queira dar, como:
– indicação da parte inicial de um versículo: Rm 11.17a
– indicação da parte final de um versículo: Rm 11.17b
– indicação de um versículo que se segue até o final do capítulo em estudo: Rm 11.17ss.
- g) Recomendação para não se deixar de ler o texto indicado no momento “qv”. Vem da expressão latina “quod vide”= que veja.
- h) Recomendação para que se compare, confira ou confronte o texto indicado “cf”. Vem do latim “confere”.
As referências podem ser verbais ou reais, e estas também são chamadas autênticas. Referência verbal é um paralelismo de palavras, enquanto a real é de idéias. As referências verbais nem sempre tratam do mesmo assunto; as reais ou autênticas tratam sempre do mesmo. Exemplos: Zc 14.4,5 e Jd v. 14. São referências sobre a volta de Cristo em Glória, quando os seus pés tocarão o Monte das Oliveiras.
Inferência: é uma conexão indireta entre assuntos. Uma ilação ou conclusão que se faz.
Graças e paz!
Pr. Misael Job
17-07-2017