BASES PARA A FIRMEZA DO OBREIRO

evangelho

2 Timóteo 3.10-16

10 Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança,

11 as minhas perseguições e os meus sofrimentos, quais me aconteceram em Antioquia, Icônio e Listra, – que variadas perseguições tenho suportado! De todas, entretanto, me livrou o Senhor.

12 Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.

13 Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.

14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste

15 e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.

16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,

17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.

Toda boa construção começa por uma boa base. Quanto ao ministério de um obreiro, é imprescindível que o mesmo seja alicerçado em uma base bem sólida para no futuro não resultar em uma grande frustração.

Estudemos um pouco sobre alguns princípios que proporcionam uma base na qual o obreiro pode e deve construir o seu ministério.

O MINISTÉRIO é Projeto estabelecido por Deus (I Sm 16.1, 11 a 13). Quando nem Samuel, Jessé, nenhum dos irmãos de Davi, nem outra pessoa qualquer sabiam da escolha de Davi para reinar sobre Israel, Deus já tinha este conhecimento, e mais ainda a decisão. Ninguém, especialmente os outros filhos de Jessé, imaginaria que o pequeno Davi fosse o escolhido de Deus para aquela tão grande responsabilidade. Isto ocorreu por causa da soberania divina, ou seja, a chamada, ou se preferirmos, a escolha é um ato exclusivo do Senhor (Lc 6.12,13; Mc 3.13)

  • Como Paulo descobriu Timóteo (At 16.1; At 14.5-7). É interessante observarmos como Deus criou as circunstâncias para que Paulo pudesse encontrar Timóteo. Deus já havia descoberto o potencial ministerial naquele seu servo, mas era necessário que alguém visse isso também, e neste caso coube a Paulo a incumbência, mas para que isto fosse levado a bom termo foi necessária a intervenção divina, aliás, como ocorre em toda confirmação da chamada divina na vida de qualquer pessoa.
  • O autêntico TESTEMUNHO que os irmãos davam de Timóteo fez a diferença. (At 16.2). Foi da maior importância o testemunho que os irmãos davam acerca do jovem Timóteo, pois através do mesmo, Paulo pôde ter a confirmação de que aquele rapaz era mesmo alguém diferenciado e poderia vir a ser um obreiro de valor.

A falta de um bom testemunho é o que está aleijando muitos jovens nos dias atuais para o exercício do santo ministério. É grande o número de aspirantes ao ministério que apresentam uma deformidade de caráter enorme, desvios de conduta sérios, o que os desqualifica para o sacerdócio divino (Lv 21.17-20).

  • Paulo leva Timóteo consigo. (At. 16.3). Paulo tomou a decisão de levar Timóteo consigo para prepará-lo para o ministério por ter ele preenchido os requisitos necessários. Qualquer aspirante ao ministério precisa ter consciência disto (1 Tm 3.1-7).

O OBREIRO precisa SER submisso aos pais como recomenda a Palavra do Senhor (Ef 6.1-3). Aqui encontramos um dos maiores entraves para muitos, especialmente os mais jovens, no tocante ao ministério, especialmente nos dias em que vivemos por conta da rebeldia contra os pais que tem tomado conta de uma considerável parcela da juventude. Lembremo-nos que esta recomendação bíblica não foi apenas para Timóteo, nem também somente para os seus dias, mas foi e é para todos em qualquer tempo e lugar.

  • Paulo LEMBRA da fé não fingida de Timóteo, tomando como referência o exemplo da avó e da mãe do jovem obreiro. (2 Tm 1.3-5). Foi fundamental para Timóteo o legado de fé que ele herdou tanto de sua mãe, Eunice como também da avó Lóide. É muito importante uma boa formação espiritual desde a infância, pois isto dá ao jovem reais possibilidades de evitar muitos transtornos durante a sua caminhada. Aqueles que não tiveram esse privilégio devem procurar dar tudo de si a partir da sua conversão a Cristo, a fim de demonstrar a transformação ocorrida em sua vida pelo poder do Evangelho.
  • A razão da fé que há em Timóteo é a Palavra de Deus (2 Tm 3.15; Rm 10.17). A fé não é algo que acontece na vida de alguém por mero acidente ou coincidência, mas é algo gerado pela Palavra de Deus, à medida que a pessoa vai se alimentando da Palavra a fé vai se desenvolvendo em sua vida.

Timóteo foi um jovem obreiro cheio de fé porque desde a sua meninice soube nutrir sua alma com as Sagradas letras, exemplo que deve ser seguido por todos.

Paulo, referência de maturidade ministerial.  (2 Tm 3.14). Paulo se tornou um referencial para o jovem Timóteo, o que lhe possibilitou um rápido e seguro crescimento ministerial. Você tem como referencial alguém que pode verdadeiramente lhe servir de exemplo? Infelizmente muitos procuram referência em ídolos, gente famosa e que faz muito sucesso, por isso vai aqui um conselho bíblico: Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a Palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver (Hb 13.7).

  • As virtudes cristãs do obreiro maduro devem influenciar o jovem obreiro (2 Tm 3.10). Timóteo pôde extrair das experiências de Paulo muito conteúdo para a sua vida e o seu ministério o que sem dúvida alguma o ajudou imensamente. Ainda que com o jovem esteja todo o vigor da sua juventude, mas é com o idoso que está a experiência, a qual se o jovem puder aliá-la à sua força com certeza dar-lhe-á muito mais condições de desenvolver um excelente trabalho.

PERSEGUIÇÕES, elementos da pedagogia divina no Ministério (2 Tm 3.11). A vida e o ministério de Paulo foram marcados por grandes e duras perseguições e provações (1 Co 11.21-28).

  • Através da vida de outros (2 Tm 3.11). Aprender à custa dos outros é bem mais confortante e menos doloroso. Com certeza Timóteo evitou muitos dissabores em seu ministério por ter aprendido através dos sofrimentos de Paulo e de outros que lhe serviram de inspiração. Isto nos leva a entender que a observação é fundamental por parte de um jovem obreiro que pretende prosperar em seu ministério.
  • Através da sua própria vida (2 Tm 3.12). Não basta o que aprendemos através de outros, é necessário ter as nossas experiências próprias no decorrer da nossa carreira. Para isto precisamos estar preparados a fim de não entrarmos em pânico quando formos assaltados pelas lutas, problemas, privações, e até mesmo os sofrimentos, pois tudo isto faz parte do processo de ensino do Senhor.

A PALAVRA DE DEUS, fundamento norteador para o obreiro (2 Tm 3.16-17). Nenhum obreiro do Senhor pode ter um ministério abençoado e bem-sucedido afastado da Palavra do Senhor. É imprescindível que desde cedo o obreiro perceba a importância e o valor da Palavra de Deus para o seu ministério.

De que forma isto se dá? Através do apego por parte do obreiro para com a Palavra, o que pode ser visto por meio de leitura e estudo contínuo das Sagradas Escrituras; interesse por estudar teologia, fazer cursos bíblicos, participar de seminários, ser um aluno assíduo da Escola Dominical, ler bons livros, etc.

  • A Palavra de Deus é a principal ferramenta de trabalho do obreiro (2 Tm 4.1-2). Sendo a Palavra de Deus a principal ferramenta de trabalho do obreiro cristão, é necessário que este seja habilidoso no uso de tal ferramenta, utilizando-a de maneira correta em qualquer ocasião, o que exigirá do obreiro um profundo conhecimento da Palavra.

Infelizmente existe um número considerável de obreiros em nossos dias que até são eloquentes, mas deixam muito a desejar quanto a qualidade e a profundidade de sua pregação. É preciso que aquele que expõe a Palavra de Deus o faça com muita propriedade.

O Obreiro que almeja ser APROVADO, precisa manejar bem a Palavra da verdade (2 Tm 2.15). O que mais se precisa em nossos dias não é simplesmente de obreiros, mas sim, obreiros aprovados, que não tenham de que se envergonhar e não envergonhem o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

O obreiro tem o grande desafio de influenciar a sua geração, tanto com a pregação, como também com o seu testemunho, o que só é possível através de um obreiro aprovado.

Tomando como princípios os pontos aqui abordados e tantos outros que podem ser incluídos, o jovem obreiro pode estar seguro de que terá um ministério bem-sucedido e com a aprovação de Deus, o que resultará em grandes benefícios para a Obra de Deus e a sociedade em geral.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

 07-11-2016