ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 6

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3 – A conduta do Obreiro

A conduta sendo a manifestação do comportamento da pessoa necessita ser desenvolvida e composta; na vida do obreiro a sua conduta conduz a formação do seu referencial pessoal lhe identificando perante o público que ele atua.

Para o comportamento ser aperfeiçoado e ser alcançada uma conduta ideal, se faz necessário que haja uma disciplina por parte do obreiro, onde é preciso se auto-negar e ser diligente, prudente e constante para que venha ser alcançado o alvo que é nesse caso a conduta ideal, vejamos então a seguir, quais são as qualidades que deve o obreiro adquirir a fim de compor essa conduta:

3.1 – Hospitalidade

Essa qualificação compõe o caráter cristão, sendo considerado o princípio básico para colocar a si mesmo e seus recursos à disposição dos seus irmãos de fé e desconhecidos. Vejamos o que disse Jesus concernente a prática da hospitalidade por aqueles que muitas vezes até não são considerados: “Quando deres um jantar ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles se tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados e mancos e cegos e serás bem aventurado; porque eles  não tem com que te recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos” (Lc 14.12 a 14). O obreiro deve ser hospitaleiro, vendo tudo que possui como um meio de atender as necessidades do próximo.

3.2 – Moderado

Este termo indica aquele homem que possui uma mente com pensamentos de salvação, controlando sua mente e sendo prudente. O obreiro que adquire essa qualidade se torna imparcial, cuidadoso nos seus julgamentos, sendo discreto, reservado e sábio. Avançando assim para o perfeito equilíbrio espiritual.

3.3 – Amigo do bem

O obreiro deve ser comprometido com as boas ações e com tudo que a Deus é bom, pois isto não só demonstra a bondade do obreiro como sua dedicação a tudo que é bom e deve ser praticado como diz o Apóstolo Paulo em Fl 4.8: “Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que é respeitável, tudo o que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se  algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”

3.4 – Corajoso

A coragem é uma qualidade determinante, pois na obra de Deus se faz necessidade. As lutas, oposições e desafios são muitos; surgindo na nossa jornada constantemente; e isso requer coragem do obreiro para enfrentar não recuando por motivo de um entrave. É preciso saber enfrentar as oposições e vencê-las, Jesus atuou com coragem em sua missão e outros que foram instruídos a agirem com coragem, ex: Josué, Js 1.6, Davi era corajoso e instruiu isso a seu filho, 1ºCr 28.20, Paulo, At. 23.11. Portanto, o obreiro deve ao assim agir entender que essa qualidade não implica ser bravo, mas sim atuante e determinado.

3.5 – Justo

Esta atitude apresenta a conduta que se adequa ao padrão ideal para um servo de Deus, esse termo indica que a pessoa conseguiu se adequar a uma vida de prática da justiça. O Obreiro que é justo é aprovado por Deus e conhecido por todos, pois seus procedimentos são retos e sua vida irá florescer como está escrito: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro do Líbano”. Sl 92.12. Este versículo indica que a vida do justo terá êxito e será aprovada.

3.6 – Autocontrole

Esta qualificação é também conhecida como domínio próprio e considerada um fruto do espírito como está escrito em Gl 5.22 e 23. Esta virtude é saber se auto-controlar, não vindo a perder o domínio das situações diárias, controlando as suas atitudes para não desequilibrar em nenhum dos seus procedimentos; mantendo sempre sua vida no eixo. Aquele que em tudo se domina é considerado um vencedor, vejamos o que diz o Apóstolo Paulo: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém a incorruptível” 1º Co 9.25.

3.7 – Diligência

Não deve haver no ministro o menor sinal de preguiça; e cada parcela de suas energias deve ser dedicada à sua tarefa, portanto deve haver empenho em toda obra, aproveitando assim o tempo para cumprir todas as atividades, sendo um obreiro esforçado e constante, fazendo tudo que lhe for entregue para fazer (Rm 12.8,11; Pv 22.29; Ef 5.16).

3.8 – Tato

Outra qualidade de grande valor para o ministro. Nas maneiras inconvenientes de fazer o trabalho de Deus, o que pode frustrar os propósitos pretendidos ou desejados. Por exemplo, em corrigir uma desordem na igreja, ao impugnar uma declaração feita por alguém publicamente e com a qual não se pode concordar, deve-se usar do máximo cuidado evitando escolher palavras pesadas.  As crianças podem ser chamadas à ordem sem criar ressentimento por parte dos pais, os quais podem mesmo chegar a sorrir com a observação.

3.9 – Manso

Um espírito irritável e antagônico não faz parte da vida de um ministro. Um temperamento controlado pelo espírito Santo, que evita contendas, sim; é imprescindível ao homem de Deus. Ser manso não é só ser brando, mas também não ser colérico e que fique nervoso facilmente, aliás, o obreiro deve evitar se irritar e se envolver em contendas, mas sempre conciliador, pois assim agindo estará demonstrando uma vida de mansidão (II Tm 2.24; Ef 4.15; 5.11; Mt 5.5-9).

3.10 – Humildade

Humildade não quer dizer complexo de inferioridade. Humildade quer dizer, não querer parecer mais do que se é; não se “inchando” quando elevado a alguma posição e não se sentir magoado ou ofendido quando se perder alguma posição, vindo a ter consciência de que tudo que temos e somos vem através da atuação de Deus em nossas vidas, sabendo se situar em todas as posições sem se exaltar ou vangloriar, mantendo-se sempre humilde (Fl 2.5;Jo 13.1-17).

3.11 – Paciente e Perseverante

Essas duas qualificações andam juntas sendo simultâneas, analisando primeiramente a paciência, nós vemos que o obreiro deve ser paciente para suportar os mais fracos, para ensinar os mais novos, para esperar a semente da Palavra germinar e crescer (Hb 10.36; Gl 4.19; I ts 5.14; Rm 5.3). Atuando sempre também com perseverança, sendo assim persistente em alcançar a meta que lhe for proposta, o obreiro jamais deve desistir da jornada, mas persistir até o fim; pois assim fazendo estará alcançando a aprovação do Senhor da Seara; em meio às provações e aflições devemos sempre ser perseverantes, e isto nos concederá como diz o Apóstolo Paulo “experiência” e “esperança” Rm 5.3 e 4.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

 15-05-2017

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