ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 1

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INTRODUÇÃO

Ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.

Nesta etapa do nosso estudo, falaremos sobre a Ética aplicada à vista ministerial do obreiro. Abordaremos suas implicações na conduta deste, enquanto líder eclesiástico, e ainda mostraremos a importância da Ética no relacionamento com Deus, com a igreja e com a comunidade. Mas, para isso, é importante conhecermos alguns conceitos sobre Ética.

Ética é o ramo da Filosofia que tem como objetivo moral o conjunto de princípios pelos quais os indivíduos devem pautar seu proceder no desempenho de sua profissão. Série de normas que leva à aquisição de hábitos e a formação do caráter dos indivíduos para que possam cumprir seus deveres e viver corretamente.

Ética pode ser definida como o estudo crítico da moralidade. Consiste da análise da natureza da vida humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado”, pelos quais sua conduta possa ser guiada e dirigida. Em resumo: “ética” é na prática aquilo que você pensa e faz.

A Ética trabalha com os seguintes conceitos:

Errado – desviado, afastado da verdade.

Certo – Exato, infalível, evidente em que não se acha erro.

Verdadeiro – o que realmente pode ser comprovado com o que foi dito, exatidão, qualidade daquilo que é verdade.

– Valores – grau de utilidades das coisas.

Particularmente, “ética cristã”, no contexto evangélico é um somatório de princípios que formam e dão sentido à vida cristã normal. É a marca registrada de cada crente. É o que cada crente pensa e faz. Por aquilo que o crente é e faz, portanto, evidencia-se a sua dependência de Deus e do próximo. Aqui está a fundamental diferença entre “ética cristã” e Ética” em sentido genérico, como simples estudo crítico da moralidade.

Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito de julgamento que se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia. Como investigadora da conduta ideal, a ética propõe questões que avaliam os passos do homem apreciados do ponto de vista do bem e do mal. Sendo assim, seu estudo foge do âmbito estritamente humano e passa a ser motivo de aferição fundamentada na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada que não muda ao sabor das circunstâncias.

Ética é uma questão pessoal ou coletiva? Quais as implicações decorrentes do comportamento antiético para a Igreja local, para a comunidade onde ela está inserida e para a comunidade cristã como um todo? É possível ser ético sem afastar-se do convívio com não crentes? Isolar-se seria uma solução? A não observação dos preceitos éticos é a mesma coisa que pecar? Estas e outras perguntas serão respondidas durante o estudo desta disciplina.

Veremos, abaixo, um pouco mais sobre a Ética Cristã, antes de entrar definitivamente no estudo da Ética Ministerial.

CAPÍTULO 1 – ÉTICA CRISTÃ NA VIDA

1 – Ética Cristã

É o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a Palavra de Deus. Para nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. O termo “ética”, vem do grego “ethos”, aparece várias vezes no Novo Testamento, significando conduta, comportamento, porte e compostura (habituais. A ética cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia, principalmente nos ensinos de Cristo, de modo que “…Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” – 2ª Co 5.15; Ef 2.10. Nos dias atuais, não difere das definições já expostas, tais como conduta ou prática de vida. Temos uma boa referência em 1ª Co 15.33 quando Paulo diz que: “as más conversações corrompem os bons costumes”. Este texto apresenta as exigências da Ética Cristã. O conceito que nós estudamos, encontramos fundamentalmente na Bíblia Sagrada; que nos ensina a maneira de vida e conduta. A conduta é considerada uma manifestação do comportamento da pessoa, ela vai ser o que identifica a pessoa e o caracteriza, vejamos os três principais desenvolvimentos da conduta:

  • – A conduta moral

A ética traz os argumentos básicos para que se possam conhecer os princípios de tomadas de decisões, como também a introdução à revolução moral. Leva também ao conhecimento moral das obrigações, dos direitos humanos, das punições impostas aos infratores, do sexo e casamento. O que faz do homem um ser imoral? Teologicamente como resposta cabal podemos dizer que é a ausência de Deus na vida. Quem tem a mente de Cristo não mente, não mata, não rouba, não comete adultérios, etc. 1ª Co 2.16 “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”.

  • – A conduta cristã

Normalmente quando alguém se identifica como cristão; o nome já requer atitudes éticas, tendo em vista que o livro texto do cristão é a Bíblia Sagrada. Esse conceito pode nos deixar pensativos no que tange ao que não devemos fazer. Mas o propósito do nosso viver deve ser aquele que Pedro repetiu em sua epístola: “Sede santos, porque Eu Sou Santo” 1ª Pe 1.16. O conceito de viver de uma forma santa significa mostrar nas suas boas ações de cristão o exemplo encontrado na vida e ensinamentos de Jesus.

  • – A conduta pessoal

Mateus 5.16 ensina: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. A ética é a ciência da conduta ideal. Aborda a conduta ideal do indivíduo, isto é, nossa responsabilidade primária. Os evangelhos nos ensinam que a transformação moral nos conduz as perfeições de Deus Pai, Mateus 5.16. E daí, parte-se para a transformação de acordo com a imagem do Filho de Deus, Rom 8.29 “Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”; 2ª Co 3.18 “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória na sua imagem”. Precisamos cuidar de nosso próprio desenvolvimento espiritual como indivíduos. Essa transformação reflete em nossa conduta pessoal, pois a conversão cristã gera essa transformação na vida do ser humano direcionando-o a ética pessoal, 2ª Co 5.17 “Se alguém está em Cristo, é nova criatura as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo”, Numa sociedade corrompida, a Ética Cristã, gera impacto em todos os sentidos. Quando um cristão se recusa a mentir, se droga ou comete adultério, revela a sua submissão ao Espírito Santo, Lc 14.33 “Assim, pois todo aquele que dentro vós não renunciai a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Nesse caso, a Ética Cristã supera as demais éticas pelo fato de ser gerada pela presença do Espírito Santo, Gl 5.25 “Se vivermos no Espírito, andemos também no espírito”. Vejamos também alguns impactos que a Ética Cristã causa em alguns grupos pessoais:

Nos Novos convertidos – Um novo convertido demonstra sua nova vida através da ação do Espírito de Deus no seu interior, como disse Paulo “nova criatura” 2ª Co 5.17, ou como disse o Senhor Jesus: “Aquele que não nascer de novo” João 3.3. O maior impacto da ética no novo convertido surge através da mudança de comportamento.

Na sociedade – Jesus disse em Mateus 5.13,14: “Vós sois o sal da terra, e a luz do mundo”. Os dois valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão, portanto, deve ser exemplo para o mundo e, ao mesmo tempo, deve militar contra o mal e a corrupção na sociedade. O sal também representa as ações de ordem e equilíbrio que os cristãos exercem na sociedade.

No Lar – A tragédia dentro do lar começa quando perdemos alguns valores Lc 15.9. Quando há prioridade para a Palavra e a Oração, certamente, os valores éticos ressurgem. Para encontrar a moeda perdida, a mulher, em Lucas 15, teve de fazer três coisas fundamentais: “acender a candeia; varrer a casa e buscar até achá-la”.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

10-04-2017

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