ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 7

eticacrista

4 – Posicionamentos Éticos no Ministério

4.1 – Relacionamentos Ministeriais

4.1.1 – O Obreiro e seu Pastor

Esse relacionamento deve ser desenvolvido sobre um bom código de ética, pois ele é o anjo da Igreja, ungido e convocado por Deus para estar nesta posição e com esta responsabilidade. O Obreiro deve demonstrar o máximo de consideração pelo seu Pastor, aceitando suas orientações, conselhos e lhe sendo submisso. O Obreiro e seu Pastor devem viver em harmonia desenvolvendo assim uma comunhão, pois o ministério da Igreja é convocado por Deus para também viver em perfeita unidade; e assim a obra de Deus irá avançar.

4.1.2 – O Obreiro e seus companheiros de Ministério

Esse é considerado um importando desenvolvimento da Ética Ministerial, pois dentro de um ministério deve existir harmonia e companheirismo. E para que essa harmonia venha fluir, é preciso ter um cuidado e total vigilância, para não se praticar alguns procedimentos que não devem existir dentro do ministério, vejamos então quais são:

Porfia – (teima, disputa, competição). É um esforço, uma luta para alcançar os objetivos, muitas das vezes de forma ilícita, prejudicando muitas vezes um companheiro de Ministério, para conseguir a posição que almeja.

Inveja – (desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem. Desejo de possuir o bem alheio). É um mal que tem afetado a muitos, dentro do ministério e da Igreja isto não deve existir; essa prática é a contrariedade que alguém nutre ao ver outro ser bem sucedido, renegando as virtudes alheias e acentuando constantemente defeitos na pessoa ao qual se nutre a inveja; essa atitude causa males irreversíveis.

Cobiça – (busca por bens materiais). A cobiça é um desejo por aquilo que pertence ao outro, isto implica avareza, a cobiça frequentemente é acompanhada pela prosperidade e pode conduzir ao crime. A Bíblia nos diz em Tiago 4.1 e 2: “Donde vêm as guerras e contendas entre vós? Porventura não vem disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras, nada tendes porque não pedis”.

Rebelião – (ato ou efeito de rebelar-se, revolução). Sendo rebelião uma decisão de não acatar as ordens ou a autoridade de um poder constituído. Portanto, deve-se haver um total cuidado para que esse mal não venha surgir e em ser semeado, somos chamados como já disse para a submissão e não para contrariar ou não aceitar ordens superiores.

No ministério é preciso ter um relacionamento de onde venha fluir o entendimento, a união, compreensão, o apoio mutuo; cumprindo assim o que está escrito em Isaías 41.6 “Um ao outro ajudou e ao seu companheiro disse esforça-te”.

4.1.3 – O Obreiro e os Membros da Igreja

O Obreiro precisa manter uma boa comunhão com os membros da Igreja a qual atua e com todos, pois no exercer de seu ministério deve ser conciliador. O Obreiro deve inspirar aceitabilidade da membrasia, para que todas as suas tarefas sejam cumpridas com êxito. Nós Obreiros somos chamados para ministrar ao corpo de Cristo, visando o “aperfeiçoamento dos santos” como disse o Apóstolo Paulo em Efésios 4.12, assim sendo, devemos conduzir nossas atividades na Igreja, mantendo uma harmonia com todos os membros, a fim de que todos cresçam em perfeita unidade.

4.1.4 – O Líder e seus liderados

O relacionamento de um líder para com seus liderados dentro da Igreja e fora, deve ser de entendimento e mútuo respeito, o liderado deve ser submisso ao seu líder, porem com isso não deve subjugar o seu liderado; a cada momento deste convívio é preciso que os dois exerçam as suas funções com dedicação e nenhum ultrapassando os seus limites, pois assim a consideração fluirá entre os dois, e a obra que o líder e seu liderado está desenvolvendo irá avançar com a bênção de Deus. As posições que Deus entrega os seus filhos, não são para nós virmos a nos sobrepor sobre as pessoas, porem, vir a auxiliá-las a desenvolver seus talentos.

4.1.5 – O Obreiro e a Sociedade

Todo cristão é chamado para ser “sal da terra e luz do mundo”, o Obreiro como representante de Cristo, embaixador do reino de Deus; tem que em suas atitudes resplandecer a presença de Cristo, ou seja, a sociedade precisa ver Cristo na vida de um obreiro. Por isso que o relacionamento com os que não são cristãos deve ser exemplar, para que estes sejam impactados pelos testemunho pessoal deste obreiro; para isso é preciso ser: atencioso e prudente; atuando com sabedoria, para que a Igreja venha ser bem representada. Precisamos conduzir as nossas responsabilidades dentro da sociedade com cautela, não devemos exigir uma consideração e atenção, pois isso vira naturalmente conforme o nosso procedimento dentro da sociedade.

4.1.6 – O Obreiro e a Família

O relacionamento familiar de um obreiro precisa ser desenvolvido com harmonia para servir de referencial para a Igreja; pois devemos atuar primeiro como obreiro no lar, sendo um exemplo em seu convívio com filhos e esposa; desenvolvendo uma vida de amabilidade, para com a esposa e os filhos; os apóstolos Paulo e Pedro orientam como deve ser conduzido o lar em Ef. 6.1 a 4 e 1ª Pe 3.1. Como está escrito nestes textos, a consideração deve ser mútua, pois a responsabilidade não pertence somente ao obreiro, mas a sua família também precisa cooperar vindo a ter procedimentos adequados tendo assim um testemunho exemplar, a esposa e os filhos precisam considerar a posição que o esposo e pai, possui perante a Igreja auxiliando-o no cumprimento de suas atividades, lhe apoiando.

O obreiro não pode dedicar-se tanto as suas responsabilidades dentro da Igreja ao ponto de esquecer a sua família, é preciso dedicar um tempo diário para estar dando atenção à esposa e aos filhos; pois antes de ser um obreiro é esposo e pai, a família deve ser amada e zelada, 1ª Tm 5.8. A família de um obreiro que flui o amor familiar e a comunhão contagiará a Igreja.

4.1.7 – O Relacionamento com as Autoridades

As autoridades foram constituídas por Deus e, portanto, devemos considerá-las e respeitá-las. O Apóstolo Paulo diz assim sobre esse assunto: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmo condenação, Romanos 13.1-3. Este texto nos elucida, a importância de sujeitar-se as autoridades; portanto devemos atentar para essas instruções, quando estivermos em um relacionamento com uma autoridade seja no seu gabinete, departamento, local público e outros lugares. Quando convidamos uma autoridade para estar na Igreja, precisamos recebê-la com a consideração que lhe é devida; isto não quer dizer que devemos entregar-lhe a Igreja, mas honrá-lo, pois exerce autoridade sobre nós como cidadãos. E assim procedendo estaremos cumprindo a palavra de Deus, sendo prudentes e vindo a seguir o exemplo de Jesus que também assim procedeu como está escrito em Mateus 17.24 a 27.

4.2 – No tratamento de Causas Pessoais

Deve guardar assuntos lhe foram confidenciados. Não devendo fazer público, questões particulares ou específicas, a não ser quando extremamente necessário ( 2ª Tm 2.16); vejamos alguns procedimentos a serem tomados quando estão sendo tratadas essas causas:

– Não atuar de modo precipitado enquanto não estiver de posse de todos os fatos, para fazer um julgamento correto.

– Ser exemplo de coluna espiritual e moral ( 1ª Tm 4.12).

– Ser sempre imparcial nas decisões e posicionamentos, não se envolvendo com grupos, facções e famílias, para manter assim a sua autoridade ( 1ª Tm 5.21).

– deve manter um bom relacionamento, ser acessível e devotar atenção a todas as camadas da igreja como, crianças, adolescentes, jovens, adultos, anciãos, etc ( 1ª Tm 5.1-2.

4.3 – Na sua Linguagem ou Comunicação

O falar, as expressões pronunciadas e as conversas, pertencem a esse assunto; exercendo uma influência muito grande na conduta do obreiro. O Apóstolo Paulo alerta o obreiro Timóteo sobre isso em 1ª Tm 4.12; neste texto o apóstolo enfatiza sobre a maneira de falar e as conversações diárias; não devendo Timóteo ter conversas impuras e frívolas. O obreiro como Paulo, instrui que Timóteo deve ter sim, dar testemunho da presença de Cristo em sua vida, o obreiro deve refletir sobre aquilo que fala, pois precisa ser atento naquilo que fala afim de que as pessoas recebam dele conselhos sábios, orientações precisas, palavras que edifiquem para que as pessoas que lhe ouvir recebam graça. O Apóstolo Paulo em Ef. 4.31 assim adverte: “Toda a amargura, e ira e cólera, e gritaria e blasfêmias e toda a malícia seja tirada de entre vós”. Portanto, o obreiro como Paulo, está instruindo neste versículo que não se deve pronunciar blasfêmias e nem expressões que indiquem malícia. As palavras do obreiro em tudo devem indicar que este é um homem de Deus.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

 22-05-2017

ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 6

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3 – A conduta do Obreiro

A conduta sendo a manifestação do comportamento da pessoa necessita ser desenvolvida e composta; na vida do obreiro a sua conduta conduz a formação do seu referencial pessoal lhe identificando perante o público que ele atua.

Para o comportamento ser aperfeiçoado e ser alcançada uma conduta ideal, se faz necessário que haja uma disciplina por parte do obreiro, onde é preciso se auto-negar e ser diligente, prudente e constante para que venha ser alcançado o alvo que é nesse caso a conduta ideal, vejamos então a seguir, quais são as qualidades que deve o obreiro adquirir a fim de compor essa conduta:

3.1 – Hospitalidade

Essa qualificação compõe o caráter cristão, sendo considerado o princípio básico para colocar a si mesmo e seus recursos à disposição dos seus irmãos de fé e desconhecidos. Vejamos o que disse Jesus concernente a prática da hospitalidade por aqueles que muitas vezes até não são considerados: “Quando deres um jantar ou uma ceia, não chames os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem vizinhos ricos, para que não suceda que também eles se tornem a convidar, e te seja isso recompensado. Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados e mancos e cegos e serás bem aventurado; porque eles  não tem com que te recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos” (Lc 14.12 a 14). O obreiro deve ser hospitaleiro, vendo tudo que possui como um meio de atender as necessidades do próximo.

3.2 – Moderado

Este termo indica aquele homem que possui uma mente com pensamentos de salvação, controlando sua mente e sendo prudente. O obreiro que adquire essa qualidade se torna imparcial, cuidadoso nos seus julgamentos, sendo discreto, reservado e sábio. Avançando assim para o perfeito equilíbrio espiritual.

3.3 – Amigo do bem

O obreiro deve ser comprometido com as boas ações e com tudo que a Deus é bom, pois isto não só demonstra a bondade do obreiro como sua dedicação a tudo que é bom e deve ser praticado como diz o Apóstolo Paulo em Fl 4.8: “Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo que é respeitável, tudo o que é justo, tudo que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se  algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”

3.4 – Corajoso

A coragem é uma qualidade determinante, pois na obra de Deus se faz necessidade. As lutas, oposições e desafios são muitos; surgindo na nossa jornada constantemente; e isso requer coragem do obreiro para enfrentar não recuando por motivo de um entrave. É preciso saber enfrentar as oposições e vencê-las, Jesus atuou com coragem em sua missão e outros que foram instruídos a agirem com coragem, ex: Josué, Js 1.6, Davi era corajoso e instruiu isso a seu filho, 1ºCr 28.20, Paulo, At. 23.11. Portanto, o obreiro deve ao assim agir entender que essa qualidade não implica ser bravo, mas sim atuante e determinado.

3.5 – Justo

Esta atitude apresenta a conduta que se adequa ao padrão ideal para um servo de Deus, esse termo indica que a pessoa conseguiu se adequar a uma vida de prática da justiça. O Obreiro que é justo é aprovado por Deus e conhecido por todos, pois seus procedimentos são retos e sua vida irá florescer como está escrito: “O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro do Líbano”. Sl 92.12. Este versículo indica que a vida do justo terá êxito e será aprovada.

3.6 – Autocontrole

Esta qualificação é também conhecida como domínio próprio e considerada um fruto do espírito como está escrito em Gl 5.22 e 23. Esta virtude é saber se auto-controlar, não vindo a perder o domínio das situações diárias, controlando as suas atitudes para não desequilibrar em nenhum dos seus procedimentos; mantendo sempre sua vida no eixo. Aquele que em tudo se domina é considerado um vencedor, vejamos o que diz o Apóstolo Paulo: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém a incorruptível” 1º Co 9.25.

3.7 – Diligência

Não deve haver no ministro o menor sinal de preguiça; e cada parcela de suas energias deve ser dedicada à sua tarefa, portanto deve haver empenho em toda obra, aproveitando assim o tempo para cumprir todas as atividades, sendo um obreiro esforçado e constante, fazendo tudo que lhe for entregue para fazer (Rm 12.8,11; Pv 22.29; Ef 5.16).

3.8 – Tato

Outra qualidade de grande valor para o ministro. Nas maneiras inconvenientes de fazer o trabalho de Deus, o que pode frustrar os propósitos pretendidos ou desejados. Por exemplo, em corrigir uma desordem na igreja, ao impugnar uma declaração feita por alguém publicamente e com a qual não se pode concordar, deve-se usar do máximo cuidado evitando escolher palavras pesadas.  As crianças podem ser chamadas à ordem sem criar ressentimento por parte dos pais, os quais podem mesmo chegar a sorrir com a observação.

3.9 – Manso

Um espírito irritável e antagônico não faz parte da vida de um ministro. Um temperamento controlado pelo espírito Santo, que evita contendas, sim; é imprescindível ao homem de Deus. Ser manso não é só ser brando, mas também não ser colérico e que fique nervoso facilmente, aliás, o obreiro deve evitar se irritar e se envolver em contendas, mas sempre conciliador, pois assim agindo estará demonstrando uma vida de mansidão (II Tm 2.24; Ef 4.15; 5.11; Mt 5.5-9).

3.10 – Humildade

Humildade não quer dizer complexo de inferioridade. Humildade quer dizer, não querer parecer mais do que se é; não se “inchando” quando elevado a alguma posição e não se sentir magoado ou ofendido quando se perder alguma posição, vindo a ter consciência de que tudo que temos e somos vem através da atuação de Deus em nossas vidas, sabendo se situar em todas as posições sem se exaltar ou vangloriar, mantendo-se sempre humilde (Fl 2.5;Jo 13.1-17).

3.11 – Paciente e Perseverante

Essas duas qualificações andam juntas sendo simultâneas, analisando primeiramente a paciência, nós vemos que o obreiro deve ser paciente para suportar os mais fracos, para ensinar os mais novos, para esperar a semente da Palavra germinar e crescer (Hb 10.36; Gl 4.19; I ts 5.14; Rm 5.3). Atuando sempre também com perseverança, sendo assim persistente em alcançar a meta que lhe for proposta, o obreiro jamais deve desistir da jornada, mas persistir até o fim; pois assim fazendo estará alcançando a aprovação do Senhor da Seara; em meio às provações e aflições devemos sempre ser perseverantes, e isto nos concederá como diz o Apóstolo Paulo “experiência” e “esperança” Rm 5.3 e 4.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

 15-05-2017

ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 5

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2 – As Atitudes do Obreiro Cristão

As atitudes são iniciativas e ações praticadas por uma pessoa que podem influenciar positivamente ou negativamente, portanto, o obreiro deve atentar e agir com prudência em todas as suas atitudes para que tudo que venha fazer na obra de Deus dentro de suas responsabilidades alcance um crescimento expressivo. A conduta sendo uma manifestação do comportamento da pessoa vai ser o que identifica a pessoa e a caracteriza, sendo assim, o obreiro deve possuir uma conduta exemplar e digna de ser imitada. Então vejamos as atitudes que devem ser praticadas por um obreiro, para que seu ministério prospere e seja digno de ser imitado:

2.1 – Cortesia

O apóstolo Pedro exortou aos convertidos que fossem corteses, I Pe 3.8 “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes”. Espera-se de qualquer profissional que seja um cavalheiro. Quanto ao mais,  o líder dos crentes deve ser cortês, que vive em contato com profissionais, para que saiba comportar-se dentro de certa linha. “Por favor, e muito obrigado” jamais devem faltar e as ordens sempre dadas em forma de solicitação.

Nenhuma intromissão indelicada na conversação de outras pessoas ou na intimidade dos lares alheios deve ser praticada. O toque gentil e o sorriso, bem como o refinamento do culto de um cavalheiro cristão deve sempre caracterizar o homem de Deus.

2.2 – Discrição

A discrição é a qualidade que fica muito bem no ministro. Referimo-nos à conformidade com as leis da conduta apropriada, mediante o exercício da prudência em todas as ocasiões. O apóstolo Paulo expressa essa necessidade como segue: “Não seja, pois, vituperado o vosso bem” (Rm 1.16). Um coração totalmente simples pode colocar-se em situações delicadas, por falta de acuidade e chegar a ser falsamente acusado. Acuidade é a qualidade daquilo que é agudo, intenso.

Que uma mente sábia e uma vontade firme controle o coração simples. Para sermos mais claros, todo o contato com o sexo oposto deve ser cuidadosamente vigiado. É bom que o crente seja sempre um cavalheiro. Ajudar as damas, em ocasiões próprias faz parte do cavalheiro. Mas, levar uma senhora ou moça repetidamente até a casa, os dois a sós, é exatamente a situação que não pode deixar de suscitar comentários maliciosos.

2.3 – Pontualidade

A pontualidade é uma virtude. Quando empenhamos a palavra num encontro assumimos uma obrigação que tem de ser cumprida. Atrasar-se num encontro e, pior ainda, faltar ao mesmo, é uma injustiça e um erro. Aborrece aqueles a quem damos palavra, e reflete mal quanto à nossa honestidade e comportamento.

2.4 – Prudência

Um coração totalmente simples pode colocar-se em situações delicadas por falta de sabedoria e até chegar a ser falsamente acusado. Prudência é a conformidade com as leis da conduta apropriada em todas as ocasiões; em muitas situações da vida ministerial o Obreiro necessita agir com prudência, para que possa alcançar êxito. Mt. 10.16 “Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.”

2.5 – Flexibilidade

Esta atitude demonstra a capacidade de articulação e adaptação às situações e circunstâncias que surgem dentro da execução das atividades, é preciso muitas vezes ser flexível ao tomar uma decisão, analisando e ponderando. Em alguns momentos a flexibilidade é importante para conquistar um alvo, adequando-se a uma circunstância que às vezes venha a modificar a forma que está acostumada a agir (1ª Co 9.22 a 23)  “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do Evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele”.

2.6 – Zelo

Podemos dizer que é o cuidado, dedicação e desvelo; é uma prática que leva-nos a renunciar os nossos planos para executar os planos de Deus, então esta atitude deve fazer parte da nossa vida de Obreiros, pois tudo o que nos vier às mãos para fazer na obra de Deus, devemos cumprir com esse ardor, tendo um cuidado intenso para que em nada a obra venha a ficar em déficit, zelando assim com total intensidade como assim falou o Apóstolo Paulo em 2ª Co 11.2 “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo”.

2.7 – Responsabilidade

É a obrigação a responder pelas próprias ações, que cada pessoa deve possuir. Esta atitude conduz o Obreiro a honrar com seus compromissos em todos os sentidos. Conciliando todo o seu tempo e atividades de forma ordeira e programada para que não venha falhar em nenhum de seus compromissos dentro das atribuições que lhe são confiadas para cumprir, tornando-se assim um Obreiro confiável.

2.8 – Honestidade

Esta atitude inclui o procedimento de ser verdadeiro, integro e sincero com todos e com tudo que lhe é confiado. O Obreiro tem que ser um referencial, esta qualidade e atitude não pode faltar na sua vida; pois assim agindo estará inspirando uma credibilidade por parte de todos os que com ele convivem. A verdade e a integridade precisam fazer parte do desenvolvimento do ministério de cada obreiro, o Apóstolo Paulo orienta a “procedermos honestamente” 2ª Co 8,21 “Pois o que nos preocupa é procedermos honestamente, não só perante o Senhor, como também diante dos homens”.

2.9 – Asseio

É o cuidado com a higiene e com outros fatores que influenciam na apresentação pessoal do Obreiro. Portanto, devemos observar o seguinte:

Roupas – devem estar sempre limpas e passadas e devem ser adequadas à cada ocasião.

Calçados – devem estar limpos e engraxados.

Estética corporal – a barba deve estar bem cuidada ou bem-feita, o cabelo bem cortado e penteado, as unhas aparadas e limpas. As roupas devem estar alinhadas e bem vestidas.

Higiene – tomar banho, escovar os dentes, usar desodorantes, perfumes, etc.

Cuidado, sua aparência revela muito da sua personalidade.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

 08-05-2017

ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 4

eticacrista

CAPÍTULO 2 – ÉTICA CRISTÃ NO MINISTÉRIO

1 – O caráter do Obreiro

O caráter nunca é comprovado por uma declaração escrita ou oral de convicções. É demonstrado pelo modo como vivemos pelo comportamento, pelas escolhas e decisões; caráter é virtude vivida. O caráter ruim ou o comportamento pouco ético tem sido comparado a um odor ruim é sempre percebido, porém o caráter bom é um aroma agradável e suave que exala por todo ambiente que é encontrado. O Obreiro deve sempre ser sensíveis que suas ações falam mais alto do que sua oratória; visto que as ações que praticamos raramente são percebidas como prova de caráter defeituoso, fazem-se  essenciais a introspecção e a autoavaliação, não porque desejamos agradar ou evitar ofender os outros, mas porque a reputação e a autoavaliação, não porque desejamos agradar ou evitar ofender os outros, mas porque a reputação e o caráter do Obreiro devem estar acima de toda a repreensão, como fala o Apóstolo Paulo em (1ª Tm 3.2 e 7) “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar. 7 é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo”.

Nossas palavras e pensamentos devem ser agradáveis perante a face de Deus (Sl 19.14), mas nossas ações revelam nosso caráter aos outros. As características do caráter exigido por Deus daqueles que querem habitar em sua presença são ações, e não um estado passivo do ser. O salmista Davi faz a seguinte pergunta: “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo Monte? Aquele que anda em sinceridade, e pratica a justiça, e fala veraz mente segundo o seu coração; aquele que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhuma afronta contra o seu próximo; aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor; aquele que, mesmo que jure com dano seu, não muda. Aquele que não empresta o seu dinheiro com usura, nem recebe subornos contra o inocente; quem faz isso nunca será abalado” Sl 15.

Existem quatro virtudes cardeais que compõe um caráter de um obreiro, são elas: a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça. A prudência é a sabedoria prática que faz escolhas e decisões sábias; a coragem de acordo com o pensamento clássico é a capacidade de fazer a coisa certa ou necessária mesmo quando enfrentada pela adversidade. A temperança ou autocontrole é a capacidade de controlar os impulsos pessoais, de adiar a satisfação imediata por lucro em longo prazo. A justiça é a aplicação justa e honesta da prudência, da coragem e da temperança em todas as relações humanas.

Essas quatro virtudes são características nobres do caráter, a Bíblia os apresenta, pois são amplamente explanadas nas Escrituras, e são referenciais na composição do caráter ideal de um obreiro, porém a Bíblia ainda nos torna evidente as características práticas do caráter que Deus deseja, encontradas no Salmo 15, então como nós já a citamos anteriormente vamos analisá-las a seguir:

1.1 – Falar a Verdade vinda do coração

O caráter envolve integridade, franqueza e veracidade absoluta nas relações com todos os seres humanos criados por Deus. O caráter cristão começa com honestidade e franqueza diante de Deus, quando Natanael encontrou Jesus, as primeiras palavras que ouviu do Mestre foram: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em que não há dolo” João 1.47. Jesus que sobrenaturalmente discernia o caráter reconheceu que Natanael já era homem sem astúcia, presunção, engano ou hipocrisia, sua língua e mão estavam em perfeita unidade com o seu coração.

O que está no coração em relação a Deus é refletido em direção aos outros, por isso devemos procurar comunicar com os outros de maneira sincera e integra, ou seja, ser verdadeiro. A verdade é a expressão que deixa não dúvidas e nem traz engano, mostra as coisas como realmente são; assim deve ser o nosso falar, pautado na verdade, pois assim sendo nos tornará pessoas dignas de crédito. A verdade pode às vezes causar um desconforto para alguém quando ela é declarada, porém ela esclarece as coisas, e dão a evidência da realidade, então precisam ser faladas, o obreiro precisa ser sincero com as pessoas não pode compor uma fala, que não seja a realidade do que ele realmente pensa, a integridade precisa estar presente no seu comunicar.

1.2 – Não caluniador

A pessoa de caráter nunca fala mal de quem quer que seja. Os erros e falatas percebidas nos outros não deverão ser tópicos escolhidos para conversação. Tal pessoa procurará contestar uma história negativa sobre outro crente. Se isso não for possível, a história não segue adiante; a pessoa que tem caráter não divulga um relato negativo, mesmo que seja verdadeiro; a pessoa de caráter não só guarda a língua, mas também as línguas dos outros, a fim de evitar a propagação da calúnia. Se a pessoa de caráter não espalha informação negativa, alguém pode perguntar: “Então é pecado ser tolerante no corpo de Cristo?” Obviamente que não! Mas há um princípio bíblico no lidar com tais problemas sem precisar fazer fofocas a ouvidos sempre ansiosos.

Os problemas do Corpo de Cristo são resolvidos mais adequadamente, quando a situação é tratada pelo menor número possível de pessoas, e não quando é caprichosamente falada ou fofocada. Primeiro, se não for apropriado confrontar o irmão ofendido pessoalmente, o assunto deve ser referido à autoridade formal religiosa ou espiritual para investigação e ação.

1.3 – Não Prejudicar Ninguém

O obreiro é muito semelhante a um juiz de tribunal que tem de conciliar desacordos, nos quais um dos lados é o vencedor e o outro perdedor. Mas não há nenhuma intenção de prejudicar qualquer uma das partes, trata-se simplesmente de um esforço em obter justiça, o egoísmo é o principal problema na determinação dos verdadeiros motivos.

O caráter do obreiro tem que ter forte componente de justiça, se é que se quer evitar a acusação de maltratar pessoas; Tiago assim admoesta: “Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta, e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizeste distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? Tg 2.2-4.

Mas a discriminação em favor dos ricos não é o único preconceito a ser confrontado; os israelitas foram advertidos da seguinte maneira: “Não fareis injustiça no juízo; não aceitarás o pobre, nem respeitarás o grande; com justiça julgarás o teu próximo” Lv 19.15. Justiça é essencial em todas as circunstâncias, estejam estas, relacionadas com a economia, a raça, a idade, a educação, o cargo ou com a profissão. O caráter cristão nos mostra respeito apropriado por todas as pessoas; não devemos conduzir a administração de qualquer causa de maneira injusta, pois poderá vir a estar prejudicando alguém, pois somos chamados para sermos pacificadores e resolvermos as situações sem prejudicar as pessoas, mas sim ajudá-las a vencer de forma honesta.

1.4 – Odeie o Mal e Honre a Retidão

A Escritura nunca ensina a odiar as pessoas, pouco importando o quão más ou ameaçadoras as mesmas possam ser. Mas o mal que praticam ou perpetram ao transgredir a palavra de Deus é que deve ser o objeto adequado do nosso ódio, está enfatizado na Bíblia que devemos odiar o mal. Sl 97.10 “Vós que amais o Senhor, detestai o mal; ele guarda a alma dos seus santos, livra-os da mão dos ímpios”. Amós 5.15 “Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei na porta o juízo; talvez o SENHOR, o Deus dos Exércitos, se compadeça do restante de José.” O obreiro mesmo vivendo em uma cultura secular não pode envolver-se nas situações que a sociedade defende, mas contradiz a Bíblia, não podemos aceitar e defender regras sociais que desvirtuem as Escrituras Sagradas, o “mal”, não pode ser aceito, em nenhuma espécie, precisamos banir, defendendo sempre a causa do evangelho.

Precisamos honrar e valorizar todas as ações pautadas na retidão, pois elas nos conduzem a perfeição, a nossa posição em meio a sociedade de ser defensores das atitudes retas e de tudo que se adequa a retidão, honrá-la é adaptar nossos atos e pensamentos a essa prática e defendê-la.

1.5 – Honestidade e Integridade nas Promessas

O Apóstolo Paulo nos instrui assim: “Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.9 e 10). Mas a natureza humana encontra outros meios de dissimular a verdade para não obedecer à declaração direta. Mas as pessoas, às vezes falam a verdade com os lábios, mas com significados diferentes no coração.

As promessas feitas por um obreiro têm que ser acompanhadas com a prática da honestidade, tudo que prometermos devemos pensar antes, para não virmos falhar gravemente não cumprindo, um obreiro necessita ser digno de confiança, para isso tudo que acordar com alguém, é necessário cumprir. Ao não cumprir uma promessa, o obreiro vai se tornando desacreditado pelas pessoas, e logo, perde o seu crédito; e por fim acabar com o ministério do obreiro. A integridade tem que ser praticada em nossas vidas, ou seja, precisamos ser íntegros em todos os nossos compromissos, vindo a sermos comprometidos fielmente com tudo que nós nos comprometermos, levando uma vida de seriedade no nosso falar e agir.

1.6 – Cooperação

No ministério devemos nos empenhar em sermos cooperativos e não competitivos, tendo assim um respeito benéfico por todos os envolvidos em promover o Reino de Deus. Na obra de Deus não devemos ser exclusivistas, atuando isoladamente; devemos ter em mente que somos um corpo ministerial onde cada um dentro da sua função e no seu campo de atuação tem seu devido valor, porém o crescimento e bom andamento da obra que todos estão cumprindo vão ocorrer onde houver cooperação de todos, e assim unidos um apoiando o outro o alvo é alcançado. O apóstolo Paulo referente a isso concede duas instruções, a primeira indicando o valor de cada um, e que valor é igual, sendo Deus quem dá o crescimento: “Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Pelo que, nem o que planta, nem o que rega é alguma coisa, mas Deus que dá o crescimento” 1ª Tm 4.6 e 7. Portanto, no ministério deve haver união, humildade e cooperação.

1.7 – Administração da área Financeira

Uma área de luta, no desenvolvimento da vida do obreiro é essa área. O desejo de possuir as coisas, de ter um conforto, leva muito obreiro ao descontrole financeiro. Administrando os seus recursos financeiros, de maneira indevida, vindo a criar várias dívidas, e não conseguindo depois pagá-las devidamente. O dinheiro é bênção se for administrado com prudência, porém pode consumir a vida de um obreiro e seu ministério se for administrado indevidamente, por isso devemos adquirir as coisas conforme as nossas condições, agindo assim evitamos envolver em dívidas que não conseguimos pagar. O nome de um obreiro deve ser zelado, pois somos representantes do Reino de Deus, e somos chamados a ser um padrão, portanto, temos que administrar bem os nossos recursos.

Não devemos ter uma sede incontrolada pelo conforto e por adquirir as coisas, precisamos ter a consciência, que tudo se pode alcançar com uma boa administração dos recursos que temos em mãos, o obreiro precisa se auto-disciplinar nesta área, a fim, de que venha conseguir levar uma vida financeira organizada. É preciso ter atenção, pois isto pode vir a conduzir o obreiro a uma vida de descrédito, pois acaba não honrando com seus compromissos financeiros; e isso acaba ocorrendo porque comprou sem vir a fazer uma análise de suas condições para efetuar a compra. E isto pode envolver uma situação mais complicada, pois o obreiro ao administrar um valor de um departamento da Igreja pode vir a colocar este departamento da Igreja em situações constrangedoras, se não souber se controlar e administrar o recurso.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

01-05-2017

ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 3

eticacrista

3 – A prestação de Contas

A vida da humanidade vem passando por inúmeras transformações, e à medida que o homem, abusando dos poderes que lhe foram concedidos por Deus, vai dominando a natureza de forma incontrolável e impiedosa, ele próprio colabora para um terrível desequilíbrio, que é notado em todos os aspectos da vida.

Ninguém deve pensar que Deus está alheio aos acontecimentos. Chegará um dia em que todos serão julgados (1ª Co 2.12-15; Ap 20.11,12). Nem mesmo os crentes fiéis ficarão  sem julgamento (1ª Co 3.13-15).

Jesus ensinou através de parábolas que ao homem são dadas condições de administrar bem tudo aquilo que lhe é responsabilidade (Mt 25.15-30). O homem foi constituído mordomo das riquezas que pertencem a Deus e como tal, um dia deverá prestar contas de como administrou tais riquezas ao verdadeiro proprietário, que fará justiça a todos.

4 – Os Fundamentos Bíblicos da Ética Cristã.

O ministério do ensino se expõe de maneira incisiva e clara nas Escrituras (Ex 18.20; Lc 19.47). O propósito e os métodos deste ministério podem ser vistos tanto no Antigo como no Novo Testamento. Jesus disse: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16). Esta declaração veio dos lábios do próprio Jesus, revelando o propósito da Palavra como manual de ensino.

4.1 – Nos tempos da Lei

O Antigo Testamento, não tenta ensinar apenas para desenvolver o intelecto, mas comunicar, ensinar a viver de acordo com suas crenças e de acordo com suas necessidades éticas ( Ex 20.1-17; 21.1-16). O conceito que se tem a simples vista do ensino do Antigo Testamento, é que apenas os israelitas tinham que aprender longos relatos de seus antepassados e históricos de suas experiências na trajetória até a terra de Canaã (Dt 4.1). Porém se olharmos para o conceito que se tinha do ensino do aprendizado veremos que isto vai muito além do que sabemos.

4.2 – Na vida de reis e principes

Muitos reis e príncipes foram beneficiados pela Palavra de Deus. Pv 3.13-16. Os vários desvios da nação de Israel surgiram em consequência da ignorância da Palavra (II Cr 36.16) Por outro lado, quando o rei buscava ao Senhor e voltava-se para a Palavra, a nação prosperava (II Cr 26.5). Essa é uma constante na História de Israel “queda e levantamento”. Na época de Juízes, tem vários relatos das consequências desastrosas da desobediência de Israel (Jz 21.25). Josué recebeu sérias recomendações para observar os preceitos da Lei do Senhor (Js 1.7,8). Sua obediência lhe valeu o sucesso.

4.3 – Nos tempos de Esdras

Conforme o plano de Deus, Zorobabel conduziu um grupo de remanescentes judeus exilados de volta à Palestina. Alí, o Senhor encarrega Esdras, o sacerdote para promover a maior reconstrução espiritual: o retorno à Bíblia ( Ne 8). Esse capítulo descreve um dos maiores avivamentos da história. A Palavra de Deus remodelou seu povo e gerou em seus corações uma grande fome espiritual, mudando suas atitudes pecaminosas e renovando suas forças (Ne 8.5-6, 10).

4.4 – No Novo Testamento

A palavra “DIDASKO” é geralmente usada quando se trata de instrução verbal, no entanto, também pode ser usada para dizer: “mostra-nos”. Outras vezes esta palavra tem duplo sentido: “fazer e ensinar” (Mt 5.19; At.1.1). Também pode ser traduzida como se instruir mutuamente (Cl 3.26). Entretanto, a palavra “PAIDEÚO”, dá idéia de educar uma criança (Pv 22.6). Também implicam neste ensino,  disciplina e correção (1ª Co 11.21; 1ª Tm 1.20; Tt 2.12).

Não somente o Novo Testamento, como toda Bíblia está repleta de exemplos éticos, tendo em vista que ela é um manual de todas as éticas. Procuraremos demonstrar apenas três exemplos de ética no Novo Testamento, mas devemos procurar outros exemplos éticos em toda Bíblia, afinal ela é nosso manual por excelência.

4.5 – O exemplo de Zaqueu

A confissão genuina do pecado e a verdadeira fé, que produz salvação em Cristo resultam na transformação da conduta externa da pessoa Rm 10.9 “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em seu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo”. Zaqueu demonstrou arrependimento e conversão com uma atitude espontânea de restituir e repartir os bens. A presença de Cristo em sua vida o transformou em um homem ético com exemplos práticos de uma nova vida (Lc 19.8).

4.6 – O exemplo de Paulo a Filemom

Paulo escreveu esta “carta da prisão” (Fm 1.9) a um homem chamado Filemom, mais provavelmente durante sua primeira prisão em Roma. Filemom era um Senhor de escravos (Fm 1.16) e membro da Igreja  de Colossos. Onésimo era um escravo de Filemom que fugira para Roma; alí, teve contato com Paulo e entregou sua vida a Jesus. Paulo dentro da ética devolve a Filemom o seu escravo Onésimo com uma carta de intercessão. Certamente Onésimo seria muito útil a Paulo na prisão, mas não era ético ficar com ele.

4.7 – A cobrança de uma postura ética

A Bíblia mostra Ananias e Safira que combinaram vender uma propriedade e entregar parte do valor como se fosse o todo (At 5.1). Seu verdadeiro objetivo era obter prestígio e mentiram diante da Igreja a respeito de suas contribuições (At 5.3). Deus considerou um delito grave contra o Espírito Santo disciplinando-os com a morte (At 5.5). Já pensou se todos os crentes infiéis morressem iguais a Ananias e Safira? (At 5.10). Que tragédia! As mortes de Ananias e Safira ficaram como exemplos perpétuos da atitude de Deus para com qualquer coração enganoso entre aqueles que professam ser cristãos (At 5.11).

 

 

4.8 – Na atualidade

Na atualidade, pela graça de Deus temos métodos diversificados de ensino bíblico. O Espírito de Deus tem despertado vidas novas para darem ênfase a esse ensino. Historicamente, na Idade Média, houve algumas barreiras religiosas por parte da Igreja Católica e algumas ideologias amedrontadoras àqueles que liam a Bíblia: “Dizia-se que quem lesse a Bíblia ficava doido”. Felizmente, houve um despertamento progressivo desde que Deus levantou Lutero, o reformador, para devolver a Bíblia às nações.

Compreender a origem, propósito e alcance da Bíblia é condição indispensável a todos quantos buscam compreender a boa, santa e agradável vontade de Deus, a fim de estarem habilitados para toda boa obra (2ª Tm 2.15). Assim como o corpo físico necessita de alimentos e proteínas, também, o nosso espírito necessita de alimento espiritual e esse alimento é o estudo pessoal da Palavra de Deus (Sl 1.1-3)

1 “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

2  Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.

3  Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.

Seria interessante fazer uma auto-avaliação e verificar quanto tempo do dia, estamos dedicando ao estudo pessoal da Palavra de Deus. Jesus disse: Nenhuma hora pudeste velar comigo? (Mt 26.40b).

4.9 – Ética Ministerial

É o ramo da Ética que apresenta o “padrão” que deve o Obreiro possuir para vir a desenvolver um ministério eficaz, onde a luz de Cristo venha resplandecer em suas ações, pois assim como o fruto é determinado pela espécie da árvore, o ministério inteiro de um homem de Deus será qualificado pelo tipo de homem que ele é.

O Senhor Jesus disse: “…a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34). O grande pregador escreveu: “Porque, como imagina em sua alma, assim ele é…”(Pv 23.7). Isso requer que o coração seja puro e repleto das coisas que ele deseja que transpareça no ministério. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23). Jesus era pleno da graça e da verdade; e assim, logicamente, isso é o que emanava de toda a Sua vida (João 1.14).

Ao considerarmos o caráter de um bom ministro do evangelho, notaremos primeiramente, certas tendências naturais que serão excelentes e quase necessárias. As inclinações vem do berço; mesmo assim são passíveis de desenvolvimento e devem ser cultivadas. Igualmente, é bom saber que, embora parecendo ausentes determinados dotes, a maravilhosa graça de Jesus é tão excelente que podemos, por meio dela, adquirir muitas daquelas caracteristicas consideradas “naturais”.

4.10 – Ser o Exemplo

“…Mas sê o exemplo dos fiéis; na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé e na pureza” !º Tm 4.12.

Esse texto apresenta um exemplo extremamente importante referente à exemplificação moral, salientando a qualificação moral para o ministério cristão. Além deste texto a epístola toda dá elevada prioridade ao caráter e à conduta do Obreiro; o Apóstolo Paulo apresenta para Timóteo três implicações de ordens que atingem a este jovem obreiro em suas duas responsabilidades gerais. A primeira implicação se dirige ao homem de Deus, referindo a ele ser o exemplo diante dos membros da Igreja, devendo ser um tipo de modelo para os crentes, o Apóstolo Paulo tipifica o exemplo moral em cinco áreas:

– Na linguagem, ou seja, na sua comunicação como homem de Deus;

– em seu estilo de vida em geral;

– Em sua caridade;

– Em sua fé, no sentido de fidelidade e credibilidade;

– Em sua pureza pessoal.

Sem integridade de vida, seus pronunciamentos, pregações e doutrinamentos estariam limitados. A segunda implicação é uma lembrança sobre a concentração de suas responsabilidades profissionais, de modo que seu progresso seja visível por todos, aí entra a sua preparação intelectual. A terceira implicação se concentra em Timóteo vir a buscar a santidade, tendo uma vida de pureza, a razão porque o Apóstolo Paulo dá essas ordens, é: “…porque fazendo isto te salvarás, tanto a ti mesmo, como aos que te ouvem” 1ª Tm 4.16. De modo quase inacreditável, o exemplo pessoal ombreia com o ministério da palavra de Deus no contexto da salvação.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

24-04-2017

ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 2

eticacrista

  • – Conceitos de Ética Cristã.

Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito ou julgamento que se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia. Ao longo desta lição abordaremos os conceitos da ética cristã quanto ao lar, a propriedade, a igreja, a família cristã, ao bem, ao mal, à nova moralidade, ao comportamento e ao caráter.

2.1 – O Lar.

O lar é a expressão física do casamento e da família. Quando pensamos no lar, logo nos vêm à mente, um homem, uma mulher, filhos, casa, alimento, disciplina, ordem, etc. O lar é de inestimável valor às nossas conclusões quando nos propomos  estudar o comportamento sócio-religioso das pessoas. O lar é a célula máter, o principal núcleo da sociedade, da religião e da pátria. Aquilo que for o lar há de determinar o que será a sociedade, a Igreja e a Pátria. Se os pais são pessoas responsáveis e tementes a Deus, por certo que seus filhos serão criados no caminho do bem, contribuindo assim para o fortalecimento da sociedade, da Igreja e da nação. Infelizmente se acontecer o contrário os resultados negativos serão igualmente de se esperar.

Particularmente entre os salvos, o que Deus espera dos nossos lares? Deus espera que como pais sejam exemplo para nossos filhos, na fé, na comunhão com Deus, no respeito, na autoridade e no temor, criando-os sob disciplina, e conduzindo-os a uma experiência pessoal com Deus.  Dos filhos, Deus espera que eles respeitem e honrem a seus pais, que o temam e que tenham prazer nos seus mandamentos. Só assim o lar será fortalecido, a sociedade e a pátria preservadas e o nome do Senhor glorificado.

2.2 – A Propriedade.

É Deus quem livremente distribui entre os homens aquilo que lhe pertence, como a posse da terra, da água, dos animais, e de todos os demais bens materiais e até os espirituais.

Deus é supremo, é pleno e ilimitado. Tudo o que há no Universo é de Deus e todas as coisas d’Ele provêm. Tiago 1.17 “ Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.

Deus é o Criador. A Bíblia diz que: “No princípio criou Deus os céus e a terra” Gn 1.1. A força desta expressão não nos deixa dúvida alguma de que nada existe que se possa igualar ao poder criador de Deus e à força e segurança da Sua palavra. Hebreus 11.3 “Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem.”

O propósito divino na Criação. Deus criou todas as coisas boas e perfeitas, pois ao concluir sua gigantesca obra, incluindo Adão e Eva, as Escrituras afirmam que Gn 1.31 “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom”; Dt. 32.4 “Eis a Rocha! suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.”

A criação do homem à imagem de Deus foi acompanhada da entrega de grande responsabilidade. Nenhuma outra criatura recebeu tantos privilégios de Deus como o homem. Deus concedeu ao homem domínio sobre toda a terra e sobre todos os animais, Gn 1.26 “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”

Dessa forma o homem tornou-se propriedade de todas aquelas coisas boas que Deus havia criado, com plenos poderes para sujeitar todas as coisas e dominar sobre tudo. Como já foi dito anteriormente, todas as coisas, incluindo o homem, pertencem a Deus, que é Todo-Poderoso e Criador. Salmo 24.1.

Dispondo de todas as coisas existentes– Um dos princípios básicos da propriedade é que ao criar o mundo, foi desejo de Deus colocá-lo à disposição do homem para dominá-lo e governá-lo, Gn 1.26.

2.2.1 – A propriedade individual de bens

O instinto de aquisição foi concedido por Deus ao ser humano para despertar-lhe o desejo de possuir bens, de adquiri-los para o seu bem estar e conforto. Isto faz parte da vida do homem.

O assunto tratado no Antigo Testamento. O Antigo Testamento expressa não somente o direito de propriedade individual como também registra muitas leis que tem por objetivo a proteção da propriedade do homem ( Nm 26.52-55; Dt 19.14; 17.17; Pv 22.28; OS 5.10).

O assunto tratado no Novo Testamento. Jesus em seus ensinos, sempre defendeu o direito de alguém possuir bens terrestres, Mt. 6.25 “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?”

Sem negar tal direito, Jesus lembrou também a posição de mordomia que o homem deve ocupar em relação aos bens adquiridos e ainda advertiu quanto ao perigo de se colocar  o coração nas riquezas terrestres esquecendo-se, assim, das riquezas espirituais e passando a amar mais os bens terrenos do que os tesouros celestiais. Mt 6.19-21; 19.24; Lc 12.15.

2.2.2 – A propriedade Coletiva

Existem coisas que foram criadas para o bem comum de todas as pessoas que convivem em uma mesma terra e compartilham de um mesmo ambiente, sendo para isso necessário haver a colaboração de toda a comunidade no sentido de conservar todos esses bens.

É interesse coletivo um dos aspectos que proporcionam condições para se formar uma comunidade, uma sociedade, um estado, uma nação.

A. A divisão dos bens entre o povo de Israel. Deus havia prometido uma terra abundante e fértil aos descendentes de Abraão, para que eles pudessem se constituir em nação, Gn 12.2 “de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!”  Não uma pequena nação, mas uma grande nação. E Ele cumpriu tal promessa.

B. O espírito que operava na Igreja primitiva. No princípio da fé, quando os primeiros cristãos começaram a reunir-se formando a Igreja, havia um forte espírito de cooperação e unidade entre eles, como podemos ler em Atos 2.44,45.

Com o crescimento da Igreja e a propagação do Evangelho efetuada pelo apóstolo Paulo e os demais apóstolos, vão constatar que as normas mudaram e foi instalado um novo sistema de recolhimento de ofertas para serem distribuídas aos mais necessitados ( 1ª Co 16.1; Rm 15.26; Gl 2.10)

Em nossos dias o sistema continua o mesmo. Os crentes tem o dever de levar suas ofertas e seus dízimos para o sustento da obra e auxílio aos necessitados.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

 17-03-2017

ÉTICA CRISTÃ, NA VIDA E NO MINISTÉRIO – PARTE 1

eticacrista

INTRODUÇÃO

Ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de vista do bem e do mal. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano.

Nesta etapa do nosso estudo, falaremos sobre a Ética aplicada à vista ministerial do obreiro. Abordaremos suas implicações na conduta deste, enquanto líder eclesiástico, e ainda mostraremos a importância da Ética no relacionamento com Deus, com a igreja e com a comunidade. Mas, para isso, é importante conhecermos alguns conceitos sobre Ética.

Ética é o ramo da Filosofia que tem como objetivo moral o conjunto de princípios pelos quais os indivíduos devem pautar seu proceder no desempenho de sua profissão. Série de normas que leva à aquisição de hábitos e a formação do caráter dos indivíduos para que possam cumprir seus deveres e viver corretamente.

Ética pode ser definida como o estudo crítico da moralidade. Consiste da análise da natureza da vida humana, incluindo os padrões do “certo” e do “errado”, pelos quais sua conduta possa ser guiada e dirigida. Em resumo: “ética” é na prática aquilo que você pensa e faz.

A Ética trabalha com os seguintes conceitos:

Errado – desviado, afastado da verdade.

Certo – Exato, infalível, evidente em que não se acha erro.

Verdadeiro – o que realmente pode ser comprovado com o que foi dito, exatidão, qualidade daquilo que é verdade.

– Valores – grau de utilidades das coisas.

Particularmente, “ética cristã”, no contexto evangélico é um somatório de princípios que formam e dão sentido à vida cristã normal. É a marca registrada de cada crente. É o que cada crente pensa e faz. Por aquilo que o crente é e faz, portanto, evidencia-se a sua dependência de Deus e do próximo. Aqui está a fundamental diferença entre “ética cristã” e Ética” em sentido genérico, como simples estudo crítico da moralidade.

Como dinâmica de vida, a ética cristã pode ser manifesta através do conceito de julgamento que se faz a respeito de determinados valores que integram o nosso dia-a-dia. Como investigadora da conduta ideal, a ética propõe questões que avaliam os passos do homem apreciados do ponto de vista do bem e do mal. Sendo assim, seu estudo foge do âmbito estritamente humano e passa a ser motivo de aferição fundamentada na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada que não muda ao sabor das circunstâncias.

Ética é uma questão pessoal ou coletiva? Quais as implicações decorrentes do comportamento antiético para a Igreja local, para a comunidade onde ela está inserida e para a comunidade cristã como um todo? É possível ser ético sem afastar-se do convívio com não crentes? Isolar-se seria uma solução? A não observação dos preceitos éticos é a mesma coisa que pecar? Estas e outras perguntas serão respondidas durante o estudo desta disciplina.

Veremos, abaixo, um pouco mais sobre a Ética Cristã, antes de entrar definitivamente no estudo da Ética Ministerial.

CAPÍTULO 1 – ÉTICA CRISTÃ NA VIDA

1 – Ética Cristã

É o conjunto de regras de conduta, para o cristão, tendo por fundamento a Palavra de Deus. Para nós, crentes em Jesus, o certo e o errado devem ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. O termo “ética”, vem do grego “ethos”, aparece várias vezes no Novo Testamento, significando conduta, comportamento, porte e compostura (habituais. A ética cristã deve ser fundamentada no conhecimento de Deus como revelado na Bíblia, principalmente nos ensinos de Cristo, de modo que “…Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” – 2ª Co 5.15; Ef 2.10. Nos dias atuais, não difere das definições já expostas, tais como conduta ou prática de vida. Temos uma boa referência em 1ª Co 15.33 quando Paulo diz que: “as más conversações corrompem os bons costumes”. Este texto apresenta as exigências da Ética Cristã. O conceito que nós estudamos, encontramos fundamentalmente na Bíblia Sagrada; que nos ensina a maneira de vida e conduta. A conduta é considerada uma manifestação do comportamento da pessoa, ela vai ser o que identifica a pessoa e o caracteriza, vejamos os três principais desenvolvimentos da conduta:

  • – A conduta moral

A ética traz os argumentos básicos para que se possam conhecer os princípios de tomadas de decisões, como também a introdução à revolução moral. Leva também ao conhecimento moral das obrigações, dos direitos humanos, das punições impostas aos infratores, do sexo e casamento. O que faz do homem um ser imoral? Teologicamente como resposta cabal podemos dizer que é a ausência de Deus na vida. Quem tem a mente de Cristo não mente, não mata, não rouba, não comete adultérios, etc. 1ª Co 2.16 “Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo”.

  • – A conduta cristã

Normalmente quando alguém se identifica como cristão; o nome já requer atitudes éticas, tendo em vista que o livro texto do cristão é a Bíblia Sagrada. Esse conceito pode nos deixar pensativos no que tange ao que não devemos fazer. Mas o propósito do nosso viver deve ser aquele que Pedro repetiu em sua epístola: “Sede santos, porque Eu Sou Santo” 1ª Pe 1.16. O conceito de viver de uma forma santa significa mostrar nas suas boas ações de cristão o exemplo encontrado na vida e ensinamentos de Jesus.

  • – A conduta pessoal

Mateus 5.16 ensina: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”. A ética é a ciência da conduta ideal. Aborda a conduta ideal do indivíduo, isto é, nossa responsabilidade primária. Os evangelhos nos ensinam que a transformação moral nos conduz as perfeições de Deus Pai, Mateus 5.16. E daí, parte-se para a transformação de acordo com a imagem do Filho de Deus, Rom 8.29 “Portanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”; 2ª Co 3.18 “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória na sua imagem”. Precisamos cuidar de nosso próprio desenvolvimento espiritual como indivíduos. Essa transformação reflete em nossa conduta pessoal, pois a conversão cristã gera essa transformação na vida do ser humano direcionando-o a ética pessoal, 2ª Co 5.17 “Se alguém está em Cristo, é nova criatura as coisas antigas passaram, eis que tudo se fez novo”, Numa sociedade corrompida, a Ética Cristã, gera impacto em todos os sentidos. Quando um cristão se recusa a mentir, se droga ou comete adultério, revela a sua submissão ao Espírito Santo, Lc 14.33 “Assim, pois todo aquele que dentro vós não renunciai a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Nesse caso, a Ética Cristã supera as demais éticas pelo fato de ser gerada pela presença do Espírito Santo, Gl 5.25 “Se vivermos no Espírito, andemos também no espírito”. Vejamos também alguns impactos que a Ética Cristã causa em alguns grupos pessoais:

Nos Novos convertidos – Um novo convertido demonstra sua nova vida através da ação do Espírito de Deus no seu interior, como disse Paulo “nova criatura” 2ª Co 5.17, ou como disse o Senhor Jesus: “Aquele que não nascer de novo” João 3.3. O maior impacto da ética no novo convertido surge através da mudança de comportamento.

Na sociedade – Jesus disse em Mateus 5.13,14: “Vós sois o sal da terra, e a luz do mundo”. Os dois valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão, portanto, deve ser exemplo para o mundo e, ao mesmo tempo, deve militar contra o mal e a corrupção na sociedade. O sal também representa as ações de ordem e equilíbrio que os cristãos exercem na sociedade.

No Lar – A tragédia dentro do lar começa quando perdemos alguns valores Lc 15.9. Quando há prioridade para a Palavra e a Oração, certamente, os valores éticos ressurgem. Para encontrar a moeda perdida, a mulher, em Lucas 15, teve de fazer três coisas fundamentais: “acender a candeia; varrer a casa e buscar até achá-la”.

Graças e paz!

Pr. Misael Job

10-04-2017